Analisando os recentes times que obtiveram sucesso durantes os últimos anos, estou chegando à conclusão que o futebol independe de técnicos, excelentes jogadores ou camisa. Observando de perto os técnicos que temos hoje no futebol brasileiro veremos que uns 3, no máximo 4 fazem realmente a diferença. Os demais são mais do mesmo. Se isso é verdade, trocar um pelo outro faz pouca ou nenhuma diferença a não ser agradar a torcida.
Jogadores fora de série contamos nos dedos. Os times brasileiros estão recheados de jogadores bons com lampejos de craques. E camisa não ganha jogo há muito tempo.
O que realmente vem fazendo a diferença é o tempo em que um grupo trabalha junto. Quando realmente o técnico começa a conhecer seus jogadores, habilidades e limitações, quando os jogadores começam a se conhecer, dentro e fora de campo e quando o esquema tático está bem definido e claro para quem vai executar.
Quantas vezes vemos um jogador de cabeça baixa, fazer uma virada de jogo e colocar o atacante na frente do gol? Pouquíssimas, mas quando isso acontece mostra que realmente o time se conhece muito bem.
Vamos aos exemplos. O Santos campeão da América. Trocou de treinador 3 vezes em um ano, mas manteve a base. Deu corpo e padrão ao bom time do ano passado, trouxe algumas peças chaves onde tinha uma carência.
O Barcelona e até mesmo a seleção Espanhola também têm continuísmo. O Barcelona é o mesmo time há 3 anos e a saleção está junta desde o sub 12. Alias, muitas vezes o excesso de bons jogadores no Brasil atrapalha esse continuísmo. O Brasil que joga o primeiro jogo depois de uma Copa é completamente diferente o que joga o primeiro jogo da Copa seguinte.
Por fim, temos os dois líderes do campeonato brasileiro. Os dois com maneiras diferentes de continuísmo. O Corinthians com o mesmo padrão de jogo em que um jogador que chega já sabe exatamente o que tem que ser feito. O Flamengo com o continuísmo do trabalho do treinador, que aprendeu com os erros do ano passado e montou um time diferente nesse ano.
Torcedores adoram quando chega ao final de uma temporada e o seu time traz 6, 7 ou até mesmo 11 jogadores. Se isso estiver acontecendo é melhor tomar cuidado, pois a perspectiva não será nada boa. Por outro lado, um time que traz 3, no máximo 4 jogadores, mostra que tem um projeto de longo prazo.
Manter uma mesma base não é fácil, principalmente pelo assédio dos clubes de fora do Brasil. Mas acho que essa realidade começará a mudar num futuro próximo.
